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O mineiro é uma língua com características naturalísticas baseada no português coloquial que se fala no estado de Minas Gerais, procurando sistematizar as diferenças fonéticas e gramaticais deste em relação ao português padrão.

As peculiaridades do mineiro progridem em direção a perda da flexão nominal, simplificação da conjugação verbal, e simplificação da fonética.


Características Gerais[]

O mineiro se caracteriza por ser uma mais simples do que o português padrão quanto ao inventário fonético, à fonotática, à gramática e à prosódia do português padrão, ao mesmo tempo em que introduz elementos novos, especialmente quanto a fonotática e gramática. Também incorpora ao léxico certas estruturas frasais típicas, compartilhadas pelos dialetos limítrofes (carioca e paulista), que o influenciam e foram por ele influenciados (especialmente no caso do carioca). Grosso modo podemos definir no mineiro as características elencadas a seguir.

Fonética e Sistema de Escrita[]

O mineiro é escrito com o alfabeto latino, empregando 25 letras, três diacríticos, o apóstrofo e uma letra especial (o “h”). A ortografia busca ser fonêmica, regularizando e simplificando as normas em relação ao português padrão. Por uma questão de mera estética (e de facilidade de escrita) se reteve o uso do “c” e do “q”, quando seria lógico substitui-los por qualquer dos dois ou pelo “k”.

Vogais[]

As vogais pertencem a três séries:

Orais
Longas [a], [ɐ], [e], [ɛ], [o], [ɔ], [i], [i:], [u], [u:]
Breves [ɐ], [e], [o], [i], [u]
Nasais [ã], [ẽ], [õ], [ĩ], [ũ]

As vogais são escritas assim:

Orais
Longas
á, â, é, ê, ó, ô, í, î, ú, û
Breves
a, e/i, o/u
Nasais
ã, ẽ, ĩ, õ, ũ

Obs: a nasalização é indicada também pela letra “n” após a vogal.

A duração das vogais é definida pelo acento tônico e pela posição na frase. Vogais nasais são longas e tônicas, exceto se na palavra houver uma vogal da série longa marcada com acento.

Distribuição das vogais[]

Apenas palavras com mais de três sílabas e termos técnicos de uso não comum podem ter duas vogais longas. Toda vogal marcada com acento (circunflexo, til ou agudo) é longa. A última vogal longa de uma palavra é a que leva seu acento tônico.

O mineiro possui harmonia vocálica, embora muito limitada: normalmente cada palavra só pode ter vogais fechadas [ɐ], [e], [o] ou vogais abertas [a], [ɛ], [ɔ]. As vogais [i] e [u] longas, todas as vogais breves e todas as nasais são neutras, podendo aparecer livremente.

Pronúncia padrão das vogais[]

Cada vogal possui uma pronúncia padrão, ficando dispensada a indicação de timbre sempre que aparecer em uma sílaba longa e tiver esta pronúncia padrão. Os acentos de timbre (agudo e circunflexo) são usados quando a vogal for pronunciada de forma diversa do padrão ou quando for necessário indicar uma sílaba longa fora da posição natural do acento em mineiro (que é proparoxítono). As vogais breves sempre são pronunciadas conforme o padrão. As pronúncias padrão das cinco vogais básicas são: [a], [e], [i], [o], [u].

A vogal [i] sempre palataliza ou africa as consoantes “D”, “T” e “N”. Nos casos em que isso não ocorre, escreve-se “e” em vez de “i”. Sempre que a vogal breve [i] aparecer em último lugar em uma palavra (ex: “pode”) será escrita com a letra “e” para preservar a coerência com os termos derivados.

As consoantes nasais ([m], [ŋ] e [n]) fecham a vogal longa anterior, ficando dispensado o circunflexo se a vogal longa estiver na penúltima sílaba.itas vezes associada ao hiato [i:o] ou a palavras que em português terminam com -ilho (por isso a forma feminina de palavras terminadas em “î” é “ia”). A ocorrência de “û” está associada a sílabas tônicas terminadas em [ul], que em português coloquial se assimilam como [uw].

Consoantes[]

O sistema consonantal mineiro é semelhante ao do português (embora a distribuição das consoantes seja diferente), exceto pela ausência do fonema [ʎ] (escrito “lh”) e por alguns fenômenos típicos, explicados abaixo.


B Fortemente explosivo e bilabial, nunca como o fonema [β] (“b” espanhol).
C/Q Oclusiva velar surda [k], alternando com a letra “Q”. A duplicidade é para acomodar com a tradição ortográfica do português. Usa-se antes de “a”, “o” e “u” e nos encontros consonantais.
Ch Usa-se em lugar do “X” em algumas poucas palavras para preservar tradição ortográfica do português.
D Normalmente [d], é africado como [dʒ] ao assimilar o [i] breve; a seqüência [di] deve ser pronunciada como um único fonema.
F Fortemente fricativo e labio-dental.
G Oscila entre velar [ɡ] e uvular [ɢ], inclusive antes de e/i. Em algumas palavras pode ter pronúncia nasalizada ([nɢ]), não indicada na escrita.
H Usado apenas para marcar certos casos gramaticais, não inicia palavras. Isoladamente indica o artigo definido singular assimilado à vogal inicial da palavra seguinte.
J Idêntico ao português (fonema [ʒ]), substitui “g” nos casos em que sua pronúnica muda para [ʒ].
K Usa-se em vocábulos incorporados de outras línguas (estrangeiras ou indígenas) para a oclusiva velar surda [k]. Esta pode, também, ser escrita sempre com “k”.
L Consoante lateral, vocalizada em posição final (final de sílaba ou de palavra). Não há nenhum caso em que corresponde ao “lh” do português.
M Em posição inicial, idêntico ao português. Se ocorre na em posição inicial em sílaba interna, fecha a vogal anterior. Em posição final, determina nasalização da vogal anterior e não é pronunciado se a sílaba seguinte começa em consoante.
N Em posição inicial, idêntico ao português. Entre duas vogais fecha a primeira. Funciona também como marca de nasalização entre uma vogal e uma consoante ou após um ditongo.
Ń Equivale ao “nh” português em posição inicial e não pode ocorrer em posição final. Entre duas vogais, fecha a primeira.
P Idêntico o português.
Q/C Oclusiva velar surda [k], alternando com a letra “C”. A duplicidade é para acomodar com a tradição ortográfica do português. Usa-se antes de “e” e “i”, com ou sem acento. Quando é seguido de uma semivogal (“u” ou, muito raramente, “i”) exige que esta seja pronunciada.
R Fricativa velar suave ([χ], bem suavemente, mas não tanto quanto o “h” inglês), mesmo entre vogais. Torna-se uma vibrante lateral ([r], como em “porém”) em quando forma encontros consonantais.
Ŕ Consoante vibrante lateral [r]. Ocorre apenas em posição intervocálica.
S Fricativa surda dental [s].
T Normalmente [t], é africado como [tʃ] ao assimilar-se ao [i] breve; a seqüência “ti” deve ser pronunciada como um único fonema breve [tʃ], sendo o [i] pronunciado plenamente apenas quando longo.
V Idêntico ao português.
X Fricativa surda palatal [ʃ].
Z Fricativa sonora dental [z].

Por fim, o “h” não é uma consoante, mas é usado para indicar contextos onde uma sílaba foi suprimida por ser idêntica à primeira da palavra seguinte, ou pelo menos tão semelhante que se torna opcional a pronúncia das duas sílabas como se fossem uma só. Equivale, portando, ao apóstrofo e sempre alonga a vogal anterior. Pode ser empregado dentro de uma palavra, sempre que for necessário forçar a indicação de hiato.

O apóstrofo propriamente dito indica uma vocal brevíssima (geralmente pronunciada como [i] breve ou como schwa [ə]) no começo ou no fim de uma palavra.

Semivogais e Ditongos[]

Em mineiro não há semivogais puras. Não se distingue na pronúncia entre uma vogal breve seguida de uma longa e uma semivogal seguida de uma vogal. Os ditongos podem, facultativamente, ser decompostos em hiatos, principalmente em poesia; exceto no caso dos ditongos nasais, sempre preservados.

Temos um ditongo quando uma vogal longa (acentuada) é seguida por “[i]” ou “[u]” breves (as vogais “fracas”). Sempre que uma destas aparece entre vogais, pertence, com a segunda, a um ditongo crescente, que, neste caso, não poderá ser separado.

Ditongos orais
ai, au, êi, éi, êu, éu, ôi, ói, iu, ui.
Ditongos nasais
ãi, ão, ẽi, õi, ũi.

Outros ditongos além destes são muito raros.

Acento tônico[]

O acento tônico recai sempre sobre a última vogal longa, que é indicada pelo acento (circunflexo ou agudo) ou pelo til, quando necessário. A última vogal longa é sempre a da penúltima sílaba, exceto se a última sílaba contiver uma vogal longa (obrigatoriamente indicada por acento gráfico).

Para preservar a facilidade de leitura, sempre que houver, na pronúncia, elisão da vogal final, esta ainda será indicada, por um apóstrofo.

Palavras proparoxítonas em português tendem a perder uma sílaba para acomodar-se a esta regra:

Português
Mineiro
rápido rapdo
furúnculo furunco
Ângela Anja
século seclo

A indicação gráfica da sílaba tônica é opcional sempre que esta coincidir com a regra básica acima e não houver ambigüidade na pronúncia.

Morfologia e Flexões do Grupo Nominal[]

O mineiro se caracteriza por ser mais analítico do que o português, empregando um menor número de flexões para obter o mesmo grau de sofisticação sintática. Por isso os substantivos e adjetivos são menos variáveis.

Número[]

A flexão de número se restringe aos artigos sempre que eles aparecerem. Quando o artigo for omitido, a flexão de número (terminação regular -s) pode aparecer ao final do substantivo, mas isso é opcional, uma vez que, na ausência de numeral, pronome pessoal ou artigo no plural, subentende-se o singular.

Os pronomes, porém, possuem formas distintas para as pessoas do plural.

Gênero[]

Todo substantivo possui um gênero inerente, masculino ou feminino. Existem substantivos, os terminados em “O”, que flexionam no feminino mudando a terminação para “A”. Os terminados em “E” não sofrem flexão de gênero acompanhando o artigo.

Os demais substantivos, quando não epicenos, seguem uma série de regras de formação do plural, como por exemplo:

ão - ona | or - ora | î - ia

Grau[]

Todo substantivo pode sofrer flexões de grau aumentativo, usando o sufixo “-(z)ão/-(z)ona”.


pézão
pórta pórtõna
portão portãozão
dińêro dińêrão

O diminutivo se forma com “-(z)iń/(z)ińa”. As formas sem "z" se usam para paroxítonos e as com "z" para oxítonos. Vejamos alguns exemplos:

péziń
caza cazińa

Pronomes[]

Pronomes Pessoais[]

Os pronomes do mineiro são, basicamente, os mesmos do português, com uma importante adição na terceira pessoa do plural e com um caso especial.

eu
pronúncia alternativa: [jew]
osê
pronúncia opcional do “o” inicial.
êle, éla
pronúncia débil do vogal final.
nós
pronúncia alternativa: [nɔjs].
osês
pronúncia opcional do “o” inicial.
êles, élas, ês
pronúncia débil do vogal final.

A terceira forma é usada em casos de gênero indistinto, comum ou neutro.

Um caso especial do quadro pronominal mineiro é a expressão “a jẽti”, que pode ser usada de duas formas:

Sujeito indeterminado:
indica o “senso comum”: a jẽti nũ sáb du qh é capáis: “as pessoas não sabem do que são capazes”.
Primeira pessoa do plural
substitui nós em situações informais.

Apenas o contexto permite determinar qual das duas formas está sendo empregada.

Pronomes Demonstrativos[]

Em mineiro a distinção de três níveis existente em português se perdeu, havendo apenas uma distinção incompleta, semelhante à que existe em inglês:

Proximidade
ese/esa/eses/esas, iso
Distância
aqele/aqela/aqês/aqélas, aqilo

Pronomes Possessivos[]

Como em português, os possessivos concordam com a coisa possuída, e não com o possuidor, mas essa regra se inverte para os pronomes de segunda pessoa.

Pronome Reto
Possessivo Masculino
Possessivo Feminino
Eu meu, meus mińa, mińas
Osê seu, seus sua, suas
Elh dele dela
Nós noso, nosos nosa, nosas
Osês dosês dosês
Elhs deles delas

Morfologia e Flexões do Grupo Verbal[]

Os verbos em mineiro têm conjugação bem mais simples que a do português, conhecendo flexões pessoais apenas os modos indicativo (e ainda assim parcialmente e de forma mais regular) e fazendo amplo uso de tempos compostos.

De um modo geral os tempos compostos são preferidos também em português coloquial, mas em mineiro eles são a única opção disponível.

Outra característica importante é que o pretérito imperfeito se confunde com o futuro do pretério, em todos os casos.

Flexões verbais[]

Observe no quadro uma flexão verbal típica de verbo regular. Porém, os verbos de primeira conjugação (maioria), no presente do indicativo, só tem forma especial para a primeira pessoa. No pretérito perfeito eles tem uma conjugação mais completa. No imperfeito todas as pessoas são iguais.

Os verbos de segunda conjugação sofrem mutação vocálica na raiz em todas as pessoas do passado. Nos verbos de terceira pessoa ocorre a mutação inversa, mas no presente.

Presente
Pretérito Perfeito
Pretérito Imperfeito
Eu amo como subo amei cumi subi amava cumia subia
Osê ama come sobe amô cumeu subiu amava cumia subia
Êlh ama come sobe amô cumeu subiu amava cumia subia
Nós ama come sobe amamo cumemo subimo amava cumia subia
Osês ama come sobe amaro cumero subiro amava cumia subia
Êlhs ama come sobe amaro cumero subiro amava cumia subia

As demais formas verbais são todas impessoais:

Subjuntivo Pretérito
amasse cumesse subisse
Subjuntivo Futuro
amá cumê subí
Imperativo
ama come sobe
Infinitivo
amá cumê subí
Gerúndio
amano cumeno subino
Particípio
amado cumido subido

De certa forma, porém, o quadro acima é bem pouco ilustrativo, visto que a maioria dos verbos é irregular. Vejamos algumas outras conjugações de verbos importantes:

Presente
Preterito Perfeito
Preterito Imperfeito
ando faso saio andei fîs saí andava fazía saía
anda fais sai andô fêis saíu andava fazía saía
anda fais sai andô fêis saíu andava fazía saía
anda fais sai andãmo fizemo saímo andava fazía saía
anda fais sai andaro fizero saíro andava fazía saía
anda fais sai andaro fizero saíro andava fazía saía

Verbos auxiliares[]

Os verbos auxiliares usados em tempos compostos são “istá”, “í” e “tê”. Os verbos “sê” e “istá” também são usados como verbos de ligação em orações nominais.

Tempos compostos[]

Presente contínuo Pretérito mais-que-perfeito Futuro do presente Futuro do pretérito
tô + gerúndio tinha + particípio vou + infinitivo ía + infinitivo

De fato o futuro do pretérito do português é substituído pelo pretérito imperfeito (eu num sabia o q fazê s osê me deixá). Este futuro do pretérito tem o sentido de ações planejadas no passado e não executadas.

Gramática[]

A gramática do mineiro é bastante próxima da gramática do português coloquial brasileiro, caracterizando pelas construções predominantemente analíticas, não-flexionais e pelas frases em ordem direta SVO.

Perspectivas e Objetivos[]

Esperamos chamar a atenção, através deste documento, para a profunda discrepância sintática, fonética e de uso entre o mineiro e o português padrão do Brasil. Acreditamos que o reconhecimento do mineiro como verdadeira língua oficial do estado de Minas Gerais, aliado à manutenção do ensino do português como língua estrangeira (para fins de comunicação com outros estados e acesso à mídia) são o melhor caminho para o fortalecimento da identidade mineira, a superação do preconceito e a definição do orgulho próprio do povo de nosso estado.

Numerais[]

Bom dia!

Desculpe-me porque mim pede o minha demanda (números de sua língua construída) nesta página. Eu penso para emitir minha mensagem em seu email. Mas em nenhuma parte mim didn' t considera a informação sobre seu email. Introduza primeiramente: Meu nome é Janko. Eu estou coletando numerais dos vários sistemas em línguas diferentes.

Você pode encontrar a informação sobre meu auto e meu trabalho sobre:

http://janko.gorenc.googlepages.com/home (em inglês)

http://janko.gorenc.googlepages.com/collectionnumbers (em inglês)

Por favor você diz-me se você terá numerais em Mineiro, ou dos seus outro línguas construídas no futuro!

Poderia você por favor emitir-me numerais de 1 a 10 (como em português : 1 - um, 2 - dois, 3 - três,…) em Mineiro nesta página ou em meu email address: j_gorenc@yahoo.com

Por favor você suprime de meu texto com sua página quando você terá numerais.

Obrigado para sua ajuda!

Eu desejo-lhe muito sucesso em seu trabalho!

JANKO GORENC

A gente não fala assim By: uma maneira

AVISO IMPORTANTE!!!

ALGUEM SABE O QUE SIGNIFICA ''PICUMEI'' NO MINEIRO?SE SOBER ME FALEM...AQUI